segunda-feira, outubro 03, 2005

A Amizade e Aristóteles - 2

"As queixas e censuras surgem unicamente ou principalmente nas amizades que se baseiam na utilidade, e isso está conforme ao que seria de esperar. Com efeito, os que são amigos com base na virtude anseiam por fazer bem um ao outro (pois que isso é uma marca de virtude e de amizade), e entre homens que emulam entre si nessas coisas não pode haver queixas nem disputas. Ninguém é ofendido por um homem que o ama e lhe faz bem - e, se é uma pessoa de nobres sentimentos, vinga-se fazendo bem ao outro. E o homem que supera o outro nos serviços prestados não se queixará do seu amigo, visto que obtém aquilo que tinha em vista: com efeito, cada um deles deseja o que é bom." - Ética a Nicômaco

1 Comments:

At sex. fev. 25, 02:51:00 PM 2011, Anonymous Marta Saba Mackeldey said...

Kant diz: "Age de tal modo que a máxima de tua vontade possa valer sempre ao mesmo tempo como princípio de uma legislação universal". E quando Aristóteles diz "Ninguém é ofendido por um homem que o ama e lhe faz bem - e, se é uma pessoa de nobres sentimentos, vinga-se fazendo bem ao outro.", penso que somente e exclusivamente pelo objetivo de querer e praticar o bem ao próximo é que se justificaria a existência da palavra "vingança". Vingar-se com o bem maior, mais empenhado, realmente atesta nobreza e reconhecimento. E melhor ainda seria o mundo nas relações humanas em que a retribuição positiva prevalecesse às ações negativas e deletéreas - sem o perverso "ressentimento reativo"!

 

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